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Empresas engajadas aliam lucratividade e impacto social

18 de junho de 2018
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A escolha entre ganhar dinheiro ou ajudar pessoas não precisa ser excludente; novos negócios contam com diversas fontes de receita.

 

É crescente o número de empreendedores engajados que investem na tese de que é possível conciliar lucro com a promoção de impacto social. “Gosto da frase: entre ganhar dinheiro e ajudar as pessoas fico com os dois”, diz o fundador do Banco Maré – sistema financeiro virtual criado no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro –, Alexandre Albuquerque.

Segundo ele, não existe impacto social sem dinheiro. “É preciso gerar recursos para contratar pessoas e manter o sistema, mas também causamos impacto solucionando problemas de pessoas que vivem em comunidades e não têm acesso ao sistema financeiro convencional.”

A ideia do negócio surgiu quando Albuquerque visitou o Complexo da Maré, região com 200 mil moradores e que reúne 16 comunidades. “Queria ter contato com alunos do ensino médio para convidá-los a ingressar em um projeto de formação de programadores. Descobri que na região não havia escola de ensino médio e um dos líderes locais perguntou se poderia ajudá-los com a questão de pagamentos, pois precisavam pegar ônibus e ir ao banco em outro bairro.”

Na época, Albuquerque estava estudando sobre moeda virtual e comentou o caso com amigos. “Eles brincaram, sugerindo que eu criasse uma moeda virtual, mas eu levei a ideia a sério.” Em seguida, ele soube que o engenheiro de segurança do Twitter Maer Salal estava em férias no Brasil. “Fui a São Paulo e expliquei o projeto a ele, que me ajudou a montar uma versão beta do aplicativo, lançada em agosto de 2016.”

O negócio começou com ele sentado em uma cadeira, com um notebook no colo e uma placa: ‘Banco Maré, pague suas contas aqui’. Após 15 dias, uma senhora pagou uma conta, viu que deu certo e trouxe outras pessoas. O boca a boca correu pela comunidade e o número de usuários aumentou.

“Hoje, temos dez funcionários que trabalham nas quatro unidades do Banco Maré instaladas na comunidade. A idade média deles é 21 anos e já colocamos sete na faculdade. Formamos nossa mão de obra e esse é um dos motivos do sucesso.”

Os moradores batizaram a moeda de Palafita porque a comunidade nasceu em palafitas às margens da Baía de Guanabara. O sistema funciona por meio de aplicativo mobile e a recarga é feita de forma semelhante a usada nos celulares.

“Em março deste ano, só na Maré, foram pagos R$ 2 milhões em boletos. E o número de pessoas que pagam contas atrasadas caiu 65%”, ressalta.

A receita do banco vem do pagamento de mensalidade pelo uso do cartão pré-pago Maré, com bandeira Mastercard, que custa R$ 10. “Este valor é convertido em bônus de celular para os clientes. Eu pago R$ 5 à empresa que fornece o bônus e fico com R$ 5”, conta. Outra fonte de receita é um porcentual sobre cada boleto pago. “Também temos maquininhas de pagamento por cartão e recebemos porcentual a cada transação”, completa.

“Estamos expandido para Heliópolis e Vila Prudente, em São Paulo, e até o final do ano estaremos em Paraisópolis, além de outras comunidades do Rio.” O Banco Maré está entre os dez negócios de impacto em aceleração pela Estação Hack – parceria do Facebook e Artemisia.

Preconceito. Outro negócio acelerado pela Estação Hack é o Diáspora.Black, criado por Carlos Humberto da Silva Filho. A plataforma de marketplace é voltada a serviços de turismo e convida as pessoas a valorizarem a cultura negra, além de promover igualdade e diversidade.

Fonte: Estadão

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pontualassessoriacontabil

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