A contabilidade é a ciência que estudas as movimentações patrimoniais (bens, direitos e obrigações) nas organizações. Através da contabilidade são gerados os demonstrativos econômicos e financeiros que servem de base para diversas operações cotidianas e obrigatórias de qualquer entidade formalmente constituída como, por exemplo, os pagamentos de encargos e impostos.
1. Entender os principais indicadores financeiros do seu negócio
2. Tomar melhores decisões baseadas em dados
3. Manter um histórico confiável da sua empresa
4. Cumprir com obrigações fiscais
De acordo com a legislação federal, toda sociedade empresarial seja de fins lucrativos ou não, precisa realizar a sua contabilidade.
Lei 10.406/2002 (Novo Código Civil), art. 1.179 – O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
Além de realizar a contabilidade, esta também precisa ser feita e assinada por um contador registrado no CRC (Conselho Regional de Contabilidade). No entanto é preciso entender que existem duas ramificações da contabilidade: a gerencial e a financeira.
Apesar dos principais métodos, cálculos e indicadores serem utilizados de maneira universal na contabilidade, existem diferentes aplicações para a contabilidade que devem ser percebidas:
Gerencial: essa é a modalidade normalmente utilizada pelos próprios gestores, pois ela não tem compromisso com os padrões da lei. Assim, você pode, aperta de usar os princípios e ferramentas da contabilidade, fazer customizações que lhe dêem mais dados relevantes sobre o seu negócio.
Financeira: essa é a modalidade mais tradicional feita pelos escritórios de contabilidade. Apesar dela também fornecer dados interessantes para a gestão, ela está presa aos padrões do governo e bancos, por isso acaba não tendo flexibilidade.
Não quero aqui simplificar a riqueza de ferramentas que existem na contabilidade, mas você vai comumente ouvir falar dessas principais ferramentas:
Fluxo de Caixa: é a visão das entradas e saídas financeiras do seu negócio de acordo com o regime de caixa. Ou seja, focado quando o dinheiro realmente entrou ou saiu, independente da data que era previamente esperada.
Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE): é a visão das entradas e saídas financeiras do seu negócio de acordo com o regime de competência. Ou seja, focado em quando o dinheiro deveria ter entrado e saído. É completamente ao fluxo de caixa.
Balanço Patrimonial: é a fotografia da situação financeira e estrutura de capital de um negócio em determinado momento. Ele é focado basicamente por duas colunas: Ativos (bens e direitos) e Passivos (obrigações). A partir do balanço é possível gerar diversos indicadores contábeis que veremos mais a frente.
Uma grande dúvida que existe em torno da contabilidade é o limite dela com o direito. Em outras palavras, é saber em quais situações devem buscar um contador ou um advogado. O que ocorre é que o processo de abertura de empresas, realizado pelos contadores, possui diversos elementos jurídicos como é o caso do contrato social.
Em pequenos negócios, normalmente o próprio contador recomenda e orienta um contrato padrão, mas em negócios com estrutura societária mais complexa, é necessário um advogado.
Além disso, existem as questões dos tributos e impostos. Em ocasiões comuns, o contador sabe como agir por já ser a prática do mercado e será o suficiente. Mas se a sua empresa está inovando, será necessário um parecer jurídico para entender o seu enquadramento e também o seu risco.
Segue abaixo uma breve lista de termos que você vai se deparar ao se aprofundar com estudos sobre fluxo de caixa, dre ou balanço patrimonial:
1. Amortização: é o valor do abatimento periódico de um valor. Por exemplo, se você pagou 20 reais de uma dívida de 100 reais. Quer dizer que você amortizou R$20 ou 20% da dívida.
2. Arrendamento: é o aluguel por tempo determinado de um ativo. Por exemplo, você pode arrendar uma fazenda pagando um valor fixo ao dono, mas ficando todo o lucro que conseguir gerar.
3. Ativo: é o conjunto de bens e direitos de uma organização. Bens podem ser imóveis, veículos, etc. Direitos normalmente são ganhos futuros garantidos por contrato.
4. Ativo Circulante: São os ativos que podem ser recebidos em no máximo 1 ano. Entra dinheiro em conta, estoques, duplicatas, etc.
5. Ativo Imobilizado: Opostos ao circulante, são aqueles que ficarão fixos por mais de um ano contábil. Normalmente são investimentos de longo prazo.
6. Capital Social: É o valor definido no contrato social ou estatuto que definirá a participação dos sócios ou acionistas da empresa.
7. Disponível: Se refere a todo o dinheiro imediatamente disponível como caixa, conta bancária cheques para cobranças.
8. Exercício Social: É o período de 12 meses no qual cada organização deve apurar seu resultado. Ele pode ou não coincidir com o calendário-ano (janeiro-dezembro)
9. Passivo: Obrigações da organização que devem gerar saídas de capital.
10. Passivo Circulante: Obrigações de curto prazo que devem ser pagas em menos de 1 ano.
11. Passivo Exigível: São obrigações com terceiros que se tornam credores da organização
12. Passivo Não Circulante: São as obrigações que só vendem no exercício fiscal seguinte.
13. Patrimônio Líquido: Valor que os proprietários da empresa tem aplicado: Inclui-se o capital social, reservas de capital, e lucros.
Embora existam dezenas de diferentes indicadores que podem ser retirados de um demonstrativo de fluxo de caixa ou de resultado de exercício como a lucratividade e o lucro operacional, quando nos referimos a indicadores contábeis, estamos falando daquele indicadores extraídos do balanço patrimonial.
a) Liquidez Corrente: tem como o intuito avaliar o equilíbrio entre o ativo circulante e o passivo circulante.
LC = Ativo Circulante / Passivo Circulante
Quanto maior for esse resultado, melhor, pois isso indica que a empresa tem mais ativos do que passivos.
b) Liquidez Imediata: significa o quanto a empresa tem de capital disponível imediatamente para cobrir seus passivos.
LI = Disponível / Passivo Circulante
Novamente, quanto maior for o resultado, melhor, pois isso indica capacidade de pagamento imediato de suas contas.
c) Liquidez Geral: esse indicador leva em conta todos os ativos e passivos tanto de curto quanto longo prazo.
LG = (Ativo Circulante + Ativo Não Circulante) / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante)
Como todos os índices de liquidez, quanto maior, melhor.
a) Grau de Endividamento: indica a porcentagem de capital de terceiros em comparação com o capital próprio da empresa
GE = (Capital de Terceiros / Patrimônio Líquido) * 100
Nesse caso, quanto menos se depender de capital de terceiro, melhor.
b) Composição do Endividamento: Analisa a proporção entre os passivos de curto e longo prazos.
CE = (Passivo Circulante / Capital de Terceiros) * 100
Quanto menor, melhor, pois isso indica que suas dívidas estão distribuídas ao longo do tempo.
c) Imobilização do Patrimônio Líquido: aponta quanto do patrimônio da empresa está aplicado em ativos permanentes.
IPL = Ativo Permanente / Patrimônio Líquido
Quanto menor, melhor, pois indica que o seu próprio capital não está imobilizado e lhe permite maior liberdade de pagamento/negociação de mídias.
a) Retorno sobre o Investimento: um dos indicadores mais famosos de todos, indica quanto dinheiro voltou para cada unidade monetária investida
ROI = (Lucro Líquido / Ativo Total) * 100
Quanto maior, melhor, pois indica que você está tendo mais retorno sobre o capital investido.
b) Retorno sobre o Patrimônio: aponta o retorno da empresa sobre o capital próprio investido.
RPL = (Lucro Líquido / Patrimônio Líquido) * 100
Quanto maior, melhor, pois indica um retorno maior.
c) Margem Líquida Operacional: é o resultado operacional percentual que sobra da receita líquida
MLO = (Resultado Antes das Receitas e Despesas Financeiras / Receita Líquida) * 100
Quanto maior, melhor, pois indica maior lucratividade do negócio.
Fonte: LUZ
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